11 de março de 2024

Apesar de alguns olhares de estranhamento que insistem em atravessá-las – afinal, sempre há aqueles que não entendem que a mulher pode dominar, sim, todos os espaços – são os olhares de respeito e admiração que as marcam de verdade. No Dia Internacional da Mulher, as profissionais da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) contam que realizaram o sonho de servir e proteger a sociedade e, assim, acabaram virando inspiração para outras mulheres e meninas ao mostrarem que, com força e determinação, tudo é possível.

Esse é o caso da delegada Gabriela Lima, para quem o céu não é o limite. Pilota da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), vinculada da SSPDS, ela conta que não sabia a dimensão do impacto que a realização do seu sonho pessoal teria em outras mulheres e até em meninas. “Quando eu comecei a realizar missões pelo interior do Estado e mulheres vinham falar comigo, era como se eu emprestasse para elas um pouco de empoderamento”, conta. Gabriela descreve também a emoção de descer do helicóptero e surpreender crianças, que saem gritando: “É uma menina!”. “Então, era um sonho pessoal, mas depois, eu percebi o quanto o meu esforço foi importante para o todo, para o meu tempo e minha geração”, analisa.

Para a soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Karine Monteiro, não existe nada mais gratificante do que recuperar pertences de vítimas. “Eu lembro que eu estava em patrulhamento e nós recuperamos um carro que estava com queixa de roubo. Quando a gente conseguiu acionar a vítima, a proprietária do veículo chegou e me deu um abraço. É muito bom ver esse olhar de gratidão”, afirma. A policial acredita que não precisa deixar de ser simpática e educada para desempenhar bem o seu trabalho. “Com um cidadão, claro que nós vamos estar com uma postura mais amena, mas isso não quer dizer que em determinados momentos a gente não possa ser um pouco mais incisiva durante uma abordagem. Uma coisa não impede a outra”, explica.

A coronel do Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará (CBMCE) Diana Feitosa – a primeira coronel do CBMCE no Estado – diz que se sente a cada dia mais encorajada na sua função. Com os olhos brilhando, ela conta o quanto ama a sua profissão. “O desafio está na nossa rotina de trabalho. E no Corpo de Bombeiros, nós trabalhamos em conjunto, então, os desafios estão agrupados”, afirma. A coronel incentiva meninas a terem uma carreira na segurança pública. “Nós, mulheres, começamos a ocupar cargos em que, antes, nós não estávamos presentes. Não podemos ter receio dos enfrentamentos, porque todo cargo, tanto para homem como para mulher, exige força, dedicação, sabedoria e discernimento”, enfatiza.

 

A escrivã da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) Sueli Almeida está lotada no Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) e também se sente muito orgulhosa da sua profissão. Na linha de frente da PCCE, ela diz que recebe diariamente pessoas que precisam de ajuda. “Já trabalhei na Delegacia de Proteção ao Idoso e Pessoa com Deficiência (DPIPD) e hoje continuo trabalhando no DPGV. Então, são pessoas que precisam do nosso apoio, do nosso empenho, da nossa dedicação, da nossa compreensão, da nossa empatia”, descreve. Sueli afirma que as mulheres já quebraram muitos tabus e seguem conquistando cada vez mais espaços. “A gente nunca se sente menor do que por ser mulher, nós sempre temos a nossa vez, a nossa voz, e estamos ali para fazer tão bem quanto, muitas vezes até melhor do que um homem, dando sempre o nosso melhor”, garante.

Contribuição feminina

Com a atenção redobrada, detalhismo e olhar atento atribuídos à mulher, a auxiliar de perícia Narelle Tavares se dedica ao Núcleo de Perícia Externa da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Para Narelle, as mulheres acabam sendo um pouco menos pragmáticas do que os homens. Para ela, o trabalho que mais lhe dá orgulho é a coleta de vestígios. “Em um caso específico, trabalhei inclusive com outra colega mulher, fizemos duas horas de levantamento em um local de arrombamento e furto. Fizemos coleta de vários vestígios biológicos e, depois, tivemos um retorno do laboratório que tinha encontrado o suspeito, que combinou com a digital. E aí a gente se sente orgulhosa, querendo cada vez mais pegar esses casos e conseguir solucionar”, destaca.

A instrutora de tiro da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp) Alynne Lima diz que, na sala de aula, os alunos ouvem os seus ensinamentos da mesma forma que escutam as lições de seus colegas homens. Entretanto, ela não deixa de perceber o quanto é uma referência para as alunas. “Eu vejo no olhar das alunas aquela admiração e aquela inspiração, como se dissesse ‘eu estou vendo alguém que me diz que é possível que eu também esteja naquela posição’. Então, isso é muito gratificante”, evidencia.

Cleudimar Dantas, que trabalha na Gerência de Estatística e Geoprocessamento (Geesp) da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), está acostumada a ser sempre a “única menina da turma” desde a faculdade de Estatística, mas nunca se deixou intimidar por isso. “Eu me sinto orgulhosa por eu ter vindo de Tabuleiro do Norte, do interior, ter chegado em Brasília, e ter conseguido um emprego na minha área, principalmente por ser Estatística, que é uma área mais masculina. Então, tenho orgulho de ter vencido”.

Texto: Martha Dos Martins (Ascom SSPDS) // Fotos: Cícero Oliveira (Ascom SSPDS)
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