ESTADUAL DO SÍTIO FUNDÃO, DESTRÓI A RELÍQUIA MAIS VALIOSA DO ACERVO, O ENGENHO DE PAU SECULAR.( quinta feira 08 de novembro 2018)
Outros incêndios já aconteceram chegando a queimar até 50% de toda sua área, mas nenhum chegou a ameaçar às edificações históricas.
O incêndio do dia 03/11/18 que atingiu apenas 10% da reserva, tem características de ação criminosa. Foi o pior da história da reserva, uma vez que o prejuízo foi incalculável pela destruição da mais valiosa obra de arte do acervo do Parque, o velho engenho de pau, tração animal, que tinha mais de um século, uma história viva que retratava tempos idos, de um Brasil COLÔNIA.
O DESCASO DOS GOVERNOS DO ESTADO!
Foram mais de 10 anos gritando por socorro junto às autoridades governamentais, para que salvassem o velho engenho. Além de pedidos verbais, faixas cartazes, nada sensibilizou os governadores Cid Gomes e Camilo Santana.
E assim,
A HISTÓRIA virou CINZAS pelo descaso e falta de ATITUDE de AMBOS.
Nada foi feito durante os dois governos, Já no governo de Camilo Santana, um agravante a mais. Nos anos 2000, quando ele trabalhava no escritório do IBAMA do Crato, foi um dos principais articuladores juntamente com o saudoso Jackson Antero, para que o Sítio Fundão se tornasse em Parque do Estado.
Este sonho se tornou realidade em 2008 por iniciativa de André Barreto, quando ocupou a presidência do extinto “CONPAM” órgão do meio ambiente, durante o governo Cid Gomes, seguindo o mesmo objetivo do ex deputado Heitor Muniz, nos anos 90, quando apresentou na Assembleia Legislativa do Ceará, um projeto para a criação do Parque.
No primeiro governo de Camilo Santana, o Parque sofreu uma redução drástica de seguranças, dos 8 que existiam, foram exonerados 6, ficaram apenas 2, e por rodízio, ficou 1 por dia… impossível um só segurança dá conta de 97 etiquetares da reserva e ainda desarmado.
Vamos lembrar, que desde a criação do Parque em 2008, houve sempre períodos de abandono, relembro aqui, os exemplos de 2008 a 2011, onde o vandalismo se fez presente em grande destruição, e foi daí, que o ministério público se fez presente até hoje na defesa do PARQUE.
Lamentavelmente é preciso dizer, que esta área de preservação só está de pé até hoje, graças às interferências do MP, que constantemente tem provocado o governo do estado para cumprir suas obrigações. Hoje a história se REPETE,
com a ausência da segurança, os vândalos tomaram conta da Mata e Rio.
O vandalismo tomou conta do Parque para assaltos a mão armada tendo como vítimas, visitantes. A reserva ficou vulnerável para uso de drogas e bebidas. O DESCASO é tão grande, que o Parque hoje se encontra às escuras, pois os ladrões roubaram mais uma vez, a fiação elétrica.
O Parque Estadual do Sítio FUNDÃO, está ausente de uma boa administração, tendo local como da capital. Ao longo do tempo, não tem como esconder a verdade do abandono e do descaso. Não houve nenhuma preocupação de corrigirem esses erros de segurança.
Segundo consta, às visitas por parte das polícias que dão uma força com suas presenças na área, são limitadas e esporádicas limitando-se nas visitas, apenas se deslocarem até a casa de taipa, e raramente se deslocam até aos locais onde acontecem o vandalismo, no caso, Rio Batateiras e trilhas.
Faltou mais competência por parte da administração local, de mais atenção para esse período de secura, uma prevenção maior de incêndio, com visitas constantes na área, de uma equipe de briga de incêndio nas áreas de maior vulnerabilidade onde os vândalos transitam.
Finalmente o ministério público do meio ambiente, cansado de tantas promessas não cumpridas havia se manifestado dias atrás, com uma ação contra o estado, tratando nutre outros assuntos, segurança e do abandono do ENGENHO, que infelizmente virou CINZAS.
Só me resta perguntar, e agora senhor governador Camilo, a relíquia, a história secular acabou por falta de ATITUDE.
Assisti ontem no Jornal da Verdes Mares, achei estranho a concentração desse fogaréu somente no engenho, o que me passou pelo pensamento até onde tem a haver essa destruição da nossa História que faz parte do Acervo Cultural do Cariri no Sul do Ceara, e até onde tem a haver com o que aconteceu com o Museu Histórico da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro.
Por Armando Rafael
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