5 de maio de 2025
Mais do que o resultado, o nível de atuação mostra que o caminho trilhado é promissor, ainda que tenha pontos importantes para crescimento
O Cruzeiro tem uma reação consolidada na temporada. A vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo mostra isso. Não só pelo resultado diante do time considerado como o “bicho papão” do futebol nacional, mas principalmente pelo nível de atuação que levou aos três pontos.
O time chegou para a partida desse domingo com a primeira sequência de vitórias sob comando de Leonardo Jardim e vivendo o melhor momento coletivo de 2025. Mas, pela frente, também tinha o maior desafio do ano. E foi superado com méritos.
A escalação deixou claro qual é o time considerado ideal por Leonardo Jardim. Uma estrutura que tem participação fundamental no momento de reação e que deixa pouquíssimas – ou nenhuma – brechas para questionamento. O campo mostrou exatamente isso.
O Cruzeiro jogou de peito aberto. Marcou alto, incomodou a saída de bola e tirou o conforto do setor que torna o Flamengo tão dominante: o meio-campo. Ajustado, o time de Leonardo Jardim foi premiado por essa postura. Lucas Romero roubou no meio, e Kaio Jorge foi fatal para abrir o placar ainda cedo, aos 14 minutos
O jogo não tinha domínio completo cruzeirense. Ao contrário, era aberto, de “trocação”. Cássio foi decisivo por duas vezes, e Kaio Jorge carimbou o travessão. Em raro descuido do Cruzeiro na proteção da área, Arrascaeta empatou praticamente no apagar das luzes do primeiro tempo. Ducha de água fria e preocupação sobre o segundo tempo, principalmente pelo aspecto físico e o nível de reposição do Flamengo.
Mas a resposta foi positiva, e o Cruzeiro voltou melhor para o segundo tempo. Seguiu vertical e foi dominante nas ações ofensivas. Pecou no último passe em alguns lances, mas ainda fez Rossi trabalhar em quatro chutes perigosos. Do outro lado, Cássio só sujou o uniforme nos acréscimos, em bola aérea aproveitada por Bruno Henrique.
O gol no último lance, do predestinado Gabigol, chegou para confirmar um resultado merecido. O Cruzeiro, que chegou ao jogo como azarão, terminou com 17 finalizações, quase o triplo das seis adversárias. Defensivamente, fez mais que o dobro de desarmes (23 a 11) e soube picotar o jogo do Flamengo com faltas táticas. Demonstrou que é um time ajustado e que aumentou o apetite em busca de ter novamente a bola nos pés.
O nível de atuação do Cruzeiro, por si, já seria uma resposta importante de que a reação, de fato, está instaurada. Mas, aliar desempenho a resultado diante de um rival do poder do Flamengo, aumenta o valor do que está sendo construído com Leonardo Jardim. Pontos para o treinador, que tem conseguido subir também o nível individual de praticamente todos do elenco.
É um projeto ainda em construção, que ainda paga por erros de planejamento no início do ano e tem um técnico com só três meses no cargo. É preciso calma.
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— Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
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