Apontado como um dos maiores operadores da Operação Lava Jato, o luso-brasileiro Raul Schmidt foi preso na cidade de Sardoal, em Portugal, por volta das 12h30 deste sábado (3).

“(…) em trabalho conjunto de inteligência entre a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Interpol, Adidância da Polícia Federal em Portugal e as autoridades portuguesas, ele foi localizado nesta tarde e preso”, disse a PF em nota.

Sardoal fica a 150 quilômetros de Lisboa.

Ele estava foragido desde segunda-feira (29), quando a Justiça portuguesa confirmou a extradição dele para o Brasil. Como está preso em Portugal, neste momento, o advogado português Pedro Lille é responsável pela defesa dele. Lille não quis se manifestar.

Schmidt é investigado pelo pagamento de propinas aos ex-diretores da Petrobras Renato de Souza Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada – todos envolvidos no esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa instalado na estatal.

Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas aos agentes públicos da Petrobras, o luso-brasileiro também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobras.

Na 13ª Vara Federal da Justiça Federal, em Curitiba, há dois processos contra Schmidt por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As duas ações penais aguardam o resultado do processo de extradição.

Ainda neste sábado, ele deve ser levado para a prisão que fica na sede da Polícia Judiciária de Portugal. De lá, viaja de avião, acompanhado de agentes portugueses, da Interpol e da PF brasileira, até Curitiba, onde fica à disposição da Justiça. Ainda não há data para a extradição.

Extradição

Schmidt recorreu várias vezes, mas teve os recursos negados pela Justiça portuguesa. Em janeiro deste ano, as autoridades brasileiras, então, conseguiram a extradição dele. Até esta manhã, porém, o réu não havia sido encontrado e era considerado foragido.

Agora, de acordo com o procurador da Lava Jato, Diogo Castor de Mattos, a extradição foi decidida em última instância; não cabem mais recursos.

Por causa de um acordo entre Brasil e Portugal, o luso-brasileiro só será julgado por atos praticados antes de dezembro de 2011, quando conseguiu a nacionalidade portuguesa.

Primeira fase internacional da Lava Jato

Schmidt já tinha sido preso em Portugal, em março de 2016, na primeira fase internacional da Lava Jato. À época, as autoridades brasileiras entraram com um pedido de extradição, mas a Justiça portuguesa permitiu a ele responder ao processo em liberdade.

Ele, que tem cidadania portuguesa, ficou proibido de se ausentar do país sem autorização e teve o passaporte apreendido. Periodicamente, Schmidt tinha que se apresentar às autoridades. No início deste ano, algeando problemas de saúde, quem fazia isso era o advogado dele.

Antes dessa primeira prisão, ele estava foragido desde julho de 2015.

Schmidt morou em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, mas, depois do início da Lava Jato, se mudou para Portugal em virtude da dupla nacionalidade. À época, foi preso em seu apartamento, localizado em uma região nobre de Lisboa.

 

Por Alana Fonseca, José Vianna e Malu Mazza, G1 PR e RPC Curitiba

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