Após inauguração do novo aeroporto de Vitória, chefe do Executivo brasileiro foi questionado pela imprensa sobre o caso, mas ignorou perguntas ( Foto: Agência Brasil ) 30/03/2018

São Paulo/Brasília. A Polícia Federal deflagrou a Operação Skala e prendeu, ontem, dois amigos próximos do presidente Michel Temer, o empresário e advogado José Yunes e o coronel da reserva João Baptista de Lima Filho, o coronel Lima, em uma operação que investiga o favorecimento a empresas do setor portuário a partir de um decreto de 10 de maio de 2017.

Fontes do Palácio do Planalto avaliam que a operação da PF representa a escalada do cerco político que asfixia o governo federal e uma ampliação das investigações contra Temer.

> Oposição aposta em indícios para 3ª denúncia

Na opinião de aliados, as prisões e a quebra do sigilo bancário de Temer podem ajudar a montar um “enredo mais substancioso” justificando a apresentação de eventual terceira denúncia contra ele no Congresso.

Os pedidos de prisão partiram da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foram autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o chamado “Decreto dos Portos”, assinado por Temer. Foram expedidos 13 mandados de prisão temporária (de 5 dias, renováveis) e 20 mandados de busca de apreensão.

Também foram presos temporariamente o presidente da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco, e o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Wagner Rossi, outro aliado de Temer.

A Rodrimar é uma das empresas que a investigação suspeita que seriam beneficiadas pelo decreto. Quatro acionistas indiretos da empresa Libra Terminal também foram presos temporariamente. Temer é um dos alvos da investigação e teve quebra de sigilo bancário autorizado por Barroso no dia 27 de fevereiro.

O ministro do Supremo apontou indícios de um “esquema de concessão de benefícios públicos no setor dos portos em troca de recursos privados para fins pessoais e eleitorais” em vigor há mais de 20 anos.

O coronel Lima, de 74 anos, sofre com problemas de saúde e foi levado pela PF em uma cadeira de rodas. Ele seguiu sob escolta em uma ambulância do Samu até o hospital Albert Einstein. No início da noite, Lima teve alta e foi levado para a custódia da PF.

Filha

A amizade de Lima e Temer é antiga. A mulher do coronel, arquiteta Maria Rita Fratezi, elaborou, inclusive, o projeto de reforma da casa da filha do presidente, Maristela Temer. Há suspeitas de Barroso em torno dos valores pagos na reforma do imóvel.

Yunes, outro amigo de longa data de Temer, tem 81 anos e também é alvo do inquérito. O empresário foi assessor de Temer até dezembro de 2016.

Barroso justificou que as medidas de prisão e de buscas e apreensão buscam esclarecer pontos centrais da investigação. Ele citou “risco concreto de destruição de provas” para expedir os mandados. Ontem, Temer evitou comentar o caso. Em discurso, disse só que o cargo que ocupa é “dificílimo” e está “sujeito a bombardeios a todo momento”.

Já o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) vê um “complô” contra Temer, interessado na reeleição. Alvos da Operação negaram irregularidades

Conteúdo Diário do Nordeste

Postado por Antonio Rodrigues

 

 

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